Toda a história da salvação é uma prova de como a Palavra de Deus é viva. Quem toma a iniciativa de se comunicar é Deus, fonte da vida (cf. Lc 20,38). A sua Palavra dirige-se ao homem, obra das suas mãos (cf. Job 10,3), criado precisamente para ser capaz de Lhe responder, entrando em comunicação com o seu Criador. Portanto a Palavra de Deus acompanha o homem/mulher desde a criação até ao fim da sua peregrinação sobre a terra. Manifestou-se de diversos modos, atingindo o ápice no mistério da Encarnação, quando, por obra do Espírito Santo, o Verbo, Deus junto de Deus, se fez carne (cf. Jo 1,1.14). Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é “o Vivente” (Ap 1,18), Aquele que tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6,68).
A Palavra de Deus é também afiada. Ilumina a vida do homem/mulher, apontando-lhe o caminho a seguir, sobretudo através do Decálogo (cf. Ex 20,1-21), que Jesus sintetizou no mandamento do amor para com Deus e para com o próximo (cf. Mt 22,37-40). As Bem-aventuranças (cf. Lc 6,20-26) são, por sua vez, o ideal da vida cristã, vivida na escuta da Palavra de Deus que perscruta os sentimentos dos corações, inclinando-os para o bem e purificando-os do que é pecaminoso. Comunicando-Se ao homem pecador, que porém é chamado à santidade, Deus exorta-o a mudar o mau comportamento: “Convertei-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e preceitos, no cumprimento de toda a Lei que prescrevi aos vossos pais e vos comuniquei por meio dos meus servos, os profetas” (2Reis 17,13). Também o Senhor Jesus dirige, no Evangelho, o convite: “Arrependei-vos, pois está perto o Reino dos Céus” (Mt 3,2). Pela graça do Espírito Santo, a Palavra de Deus toca o coração do pecador arrependido e leva-o à comunhão com Deus na sua Igreja. A conversão de um pecador é motivo de grande alegria no céu (cf. Lc 15,7). No nome do Senhor ressuscitado, a Igreja continua a missão de pregar “a todas as nações o arrependimento e o perdão dos pecados” (Lc 24,47). Ela mesma, dócil à Palavra de Deus, põe-se no caminho de humildade e de conversão, para ser cada vez mais fiel a Jesus Cristo, seu Esposo e Senhor, e para anunciar, com mais força e autenticidade, a sua Boa Nova.
É preciso, porém, que os exegetas católicos e os demais estudiosos da Sagrada Teologia, colaborando com íntima comunhão de esforços, e sob a vigilância do Sagrado Magistério, estudem e expliquem as divinas letras lançando mão dos meios mais aptos, de modo que o maior número possível de ministros da palavra de Deus possa oferecer com fruto ao povo de Deus o alimento das Escrituras, que ilumine a mente, robusteça a vontade e inflame os corações dos homens no amor de Deus (DV nº 23).
Continuemos a ler, estudar, meditar, e, sobre tudo, a AMAR a PALAVRA de DEUS pois ela está em nossa boca e em nosso coração para que a coloquemos em prática.
Ir. Élida
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